De-tensão das consciências dos ritmos / Dé-tension des consciences des rythmes

De-tensão das consciências dos ritmos

envolto numa fumaça de alcatrão, tenta sobrepor a amplitude

solar às madrugadas sem sono.

levantam-se os mares em direcção ao céu, que lá longe vem

ao seu encontro.

um vulcão de fés explode no limiar dos olhares que se

cruzam. a vontade de se entregar à solidão é um refúgio, o

sorriso um pretexto para aceitar o destemido.

mãos perfuram-lhe o corpo e a sensibilidade. cabeças

constroem um círculo lunar à sua volta. os seus pés estão à

beira da linha da fronteira da vida, sem saber a determinação

dos espaços, sem deter o princípio e o fim da sua chegada ou

da sua partida. da sua sorte.

trabalham o dia inteiro e à noite despejam filosofias de vida

ao deus-dará.

deus dará o desalento, a treva e a luz - a prova das virtudes,

da pele dos dedos, da penumbra cabal dos horizontes.

trocam-se as cartas pelos dados, em todas as páginas.

caminham almofadas em direcção ao corpo; corpos saem do

seu próprio corpo, repartindo-se constrangidos. confiantes de

viver por todos os lados andantes. da noite amigos, da noite

estranhos viajantes. da vida reflectidos, perdidos num só.

 

Dé-tension des consciences des rythmes

entouré d'une fumée de goudron, tente de superposer l'amplitude

solaire aux aurores sans sommeil.

se lèvent les mers en direction du ciel, qui au loin vient

à sa rencontre.

un volcan de fois explose au seuil des regards qui se

croisent. la volonté de se livrer à la solitude est un refuge, le

sourire un prétexte pour accepter le téméraire.

des mains lui percent le corps et la sensibilité. des têtes

bâtissent un cercle lunaire autour de lui. ses pieds sont au

bord de la ligne de frontière de la vie, sans savoir la détermination

des espaces, sans détenir le début et la fin de son arrivée ou

de son départ. de son sort.

ils travaillent toute la journée et le soir ils lancent des philosophies de vie

à la grâce de dieu.

dieu apportera la défaillance, l'ombre et la lumière - l'épreuve des vertus,

de la peau des doigts, de la juste pénombre des horizons.

on échange les cartes contre les dés, sur toutes les pages.

marchent des coussins en direction du corps ; des corps sortent de

son propre corps, se répartissant contraints. confiants de

vivre partout marchant. de la nuit amis, de la nuit

étranges voyageurs. de la vie réfléchis, perdus en un seul.